sexta-feira, 12 de julho de 2013

Capítulo 28 - Savin' Me

OOOI!!! Aqui estou eu de novo com mais um capítulo! :D E sim, agora eu estou de férias \o/ PARTY HAAAAAARD! hahahahaha Finalmente, né? É muito bom saber que você não vai ter aula e nem prova segunda... Provavelmente vocês já entraram também, né? :D
Então, gente eu cometi um errinho. Lembra que eu falei sobre esse capítulo como o 29? Então, esse é o 28. Há um tempo atrás quando eu fui postar o capítulo 27, eu acabei me confundindo e colocando como 28... Enfim, espero que eu não tenha confundido vocês.
Chega de blá blá blá e vamos ao que interessa! hahaha Ah, obrigada pelos comentários do capítulo anterior *-* E sejam bem-vindas as novas seguidoras/possíveis leitoras. Espero que gostem e comentem, por favor!
Boa leitura!


Trilha Sonora para a introdução do capítulo: Savin’ Me – Nickelback
Escutem aqui:
 
 

"Os portões da prisão não abrirão para mim

Com essas mãos e joelhos estou rastejando

Oh, eu alcanço você

Bem, estou aterrorizado com essas quatro paredes

Essas barras de metal não podem prender a minha alma aqui

Tudo que eu preciso é você

Venha, por favor, estou chamando

E, oh, eu grito por você

Apresse-se, estou caindo

 

Mostre-me como é

Ser o último a ficar em pé

E ensine-me a diferença do errado e do certo

E eu te mostrarei o que posso ser

Diga para mim

Diga por mim

E eu deixarei essa vida para trás

Diga se vale a pena me salvar

 

Os portões do Paraíso não abrirão para mim

Com essas asas quebradas estou caindo

E tudo que eu vejo é você

Esses muros da cidade não tem nenhum amor por mim

Estou na beira da 18º história

E, oh, eu grito por você

Venha, por favor, estou chamando

E tudo que eu preciso é você

Apresse-se, estou caindo

 

Mostre-me como é

Ser o último a ficar de pé

E ensine-me a diferença do errado e do certo

E eu te mostrarei o que posso ser

Diga por mim

Diga para mim

E eu deixarei essa vida para trás

Diga se vale a pena me salvar"
 

 

Nicholas Narrando

 

Bati mais os pés para chegar à tona com mais rapidez, tentando ser o mais rápido possível e gastando o pouco de oxigênio que me restava. Puxei o ar com força e até desespero, quando levantei minha cabeça das águas frias do lago. Meu coração estava disparado. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de raciocinar. Confesso que eu vi o nosso fim quando avistei aquele caminhão avançando contra o carro. Foi por pouco! Saí da água e cai sobre a terra úmida da margem ainda tentando desacelerar a minha respiração.

 

Avistei um carro parado ao lado da cerca de proteção partida lá do alto. Um homem surgiu no meu campo de visão.

 

-Ei, você está bem? - ele gritou lá de cima.

 

-Sim, nós... - interrompi a minha resposta para procurar com o olhar o rosto de Miley, mas eu não encontrei. Olhei a minha volta e nenhum sinal dela. Senti o calor do meu corpo se esvair quase que de imediato. Ela não pode estar lá. Miley sempre consegue se livrar, ela... Droga, eu tenho pouco tempo!

 

Me levantei, ignorando as perguntas do homem curioso que estava me assistindo da estrada e a temperatura gelada das águas, e corri de volta para o lago. Mergulhei rapidamente e nadei de volta ao carro submerso. Lá estava ela desacordada. Me senti um imbecil por não ter percebido que ela não tinha conseguido escapar antes. Eu nunca imaginei que ela pudesse se encontrar tão... indefesa. Miley sempre dava um jeito em tudo, mas não conseguiu nem se salvar. Entrei no carro pela mesma porta que tinha aberto e saído. Puxei a Miles pra mim, mas o cinto de segurança me impedia. É isso. Esse cinto estava travando e ela nem conseguiu se soltar. A cada segundo que passava mais necessidade de ar eu sentia, mas eu não vou deixá-la por mais tempo aqui. Pois a cada segundo para ela também é fatalmente importante.

 

É improvável que eu consiga soltar o cinto de segurança em pouco tempo, então eu tive outra ideia. Empurrei a Miley para o lado e apoiei meus pés contra o encosto do banco, enquanto me sustentava sobre o painel do carro para o impulso. Forcei minhas pernas até quebrar a trava e empurrar o encosto pra trás. Agora vai ser muito mais fácil de puxá-la.

 

Peguei Miley em meus braços e a tirei do carro. Com apenas um braço ao redor de sua cintura e o outro puxando a água para trás de mim, nadei com urgência para fora do lago. Quando cheguei à margem, o tal homem me esperava apreensivo acompanhado de uma mulher que falava desesperadamente pelo celular, provavelmente para a polícia ou para ambulância. Voltei minha atenção para Miley, que estava em meu colo. Mole e sem nenhuma reação. Meu coração falhou uma batida. Ela ainda não acordou.

 

-Se eu soubesse fazer massagem cardiorrespiratória, eu juro que faria, mas não tenho ideia do que fazer. – o homem falou com um pesar em sua voz, enquanto eu deitava uma Miley desacordada no chão.

 

Eu lembrava vagamente de uma aula de primeiros socorros que tive mais novo na escola. Esperar a ambulância chegar estava fora de cogitação. Uma ação imediata era a única saída. A minha vontade é de gritar, para conseguir me livrar desse medo e tristeza. Eu não estava aguentando vê-la daquele jeito. Fiquei de joelhos ao seu lado e pressionei minhas mãos contra o seu peito algumas repetidas vezes, na esperança de sentir a sua respiração de novo. Seu rosto estava pálido, sem vida, com um ar triste. Isso só me fez lembrar tudo o que disse à ela antes do acidente. Estou com tanta raiva de mim mesmo! Levei minha boca até a sua e tapei seu nariz. Assoprei o máximo de ar que eu pude. Não esperei alguma reação. Apenas voltei a fazer a massagem cardíaca jogando parte do meu peso para as mãos.

 

Eu preciso salvar a Miley, eu tenho que salvá-la!

 

Um, dois, três. Um, dois, três. Assoprei o ar novamente para a sua boca. Senti seus lábios macios se roçarem nos meus. Essa não pode ser a última vez. Respire, Miley... Por favor! Ela não pode ir depois de tudo o que disse a ela. Com todo aquele rancor. Eu só tinha percebido que tinha ido longe demais quando ela pediu para parar e quando suas lágrimas molharam o seu rosto. Nunca a tinha visto frágil daquele jeito. E me odeio por isso.

 

Um, dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.

Um, dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.

E assim foi se repetindo...

 

Eu não posso a deixar morrer desse jeito. Eu a amo demais pra suportar. Gotas de lágrimas se misturavam com as gotas geladas do lago que ainda corriam em meu rosto. Eu já tinha tentado mais algumas vezes, mas sem sucesso nenhum.

 

-Miley, acorda. Você não pode me deixar. Não pode! – supliquei para ela que ainda estava apagada. A essa altura eu já chorava, feito um desesperado. – Eu te amo. – disse tentando não deixar que os soluços me cortassem as palavras.

 

-Você já fez o que pode, rapaz. – o homem apoiou a mão sobre o meu ombro, com uma voz acolhedora.

 

-Não! – gritei, o empurrando para longe de mim. – Não é uma opção. Ela tem que acordar, você me entendeu? – eu disse limpando as lágrimas rapidamente logo antes de começar mais uma massagem, a pressionando com mais força do que antes.

 

Um, dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.

Um, dois, três. Um, dois, três. Um, dois, três. Respiração boca a boca.

 

Nem quero imaginar o que seria de mim se ela morresse. Ainda mais sabendo que foi por minha culpa. Mais lágrimas correram pelas minhas bochechas. Eu posso ficar aqui para sempre, a esperando acordar e me dar o alívio de estar bem.

 

 Me inclinei para jogar mais ar para dentro da sua boca. E quando eu me preparava para mais uma série de massagem, vi seu corpo se contrair. Miley tossiu, jogando água para fora de sua boca. E logo aqueles hipnotizantes olhos azuis se abriram e ela puxou o ar para dentro de si com força. Uma onda de alívio me atingiu.

 

 

Miley Narrando

 

 

Tossi toda aquela água pra fora. E como um milagre, senti o ar entrar agressivo nos meus pulmões. Abri bem os meus olhos, finalmente ficando consciente. Joguei meu tronco pra frente, me sentando. A minha respiração ainda estava descompassada, mas era um alívio respirar de novo. Rapidamente, senti dois braços fortes e acolhedores que eu já conhecia, me envolver, me apertando um pouco demais, mas mesmo assim eu me sentia bem ao redor deles.

 

- Nunca mais me mate de susto desse jeito! – ele dizia ainda abraçado a mim. Por um momento esqueci tudo o que discutimos, enquanto seu corpo me aquecia. Então ele se afastou para olhar nos meus olhos e pude voltar a realidade. – Eu pensei que você... – ele não terminou a frase. – Eu quase tive um ataque do coração agora.

 

-Como eu parei aqui? – o interrompi, confusa.

 

-Ele te salvou. – uma mulher loira que eu nem tinha percebido a sua presença, disse. Ela estava acompanhada de um homem desconhecido também. Eles aparentavam ter uns trinta e cinco anos. –Eu até tinha ligado para ambulância, mas acho que não daria tempo de nada senão fosse pelo seu namorado.

 

Eu voltei a olhar para Nick. Seus olhos estavam levemente avermelhados, e o seu nariz também. Mas continuava lindo. Eu engoli em seco ao perceber na merda que acabei de me meter. Por que ele tinha que me deixar desse jeito? Por que esse idiota não conquista uma garota normal, que queira amar e ser amada por alguém? Por que justamente eu, aquela que não presta um centavo e que fez da sua vida um inferno? Meu raciocínio parou. Espera aí, ele me salvou?!

 

Eu apenas o encarei por alguns segundos, me perguntando se eu devo tirar alguma satisfação com ele. Num segundo ele me humilha daquele jeito e depois me salva? Eu quero saber é quando que as coisas vão começar a fazer algum sentido. Porque desde que eu me comprometi a resgatá-lo, nada mais tem alguma justificativa lógica. Nicholas me fitava com a mesma intensidade. Não é surpreendente que o meu coração ainda está disparado.

 

-Você está se sentindo bem? – ele perguntou apoiando a palma da sua mão em minha bochecha. Tentei ignorar conforto que seu calor irradiava.

 

-Eu estou, não precisa se preocupar. Você não tinha que se preocupar desde o início. –me levantei rapidamente, evitando o seu toque. Mas senti uma tontura que fez minhas pernas fraquejarem e quase cair, se não fosse pelo “bom Nicholas” que me segurou. Dessa vez ele estava perto demais, que eu até podia sentir a sua respiração.

 

-Miley, você tem noção do que você está falando? – ele disse em um sussurro. Eu encarei os dois pontos cor de chocolate carregados de seriedade.

 

-E você tem? – eu retruquei no mesmo tom de voz. - Alguém que discutiu comigo com tanto ódio e depois vem tentar dar um de heróizinho piedoso não tem noção do que diz e nem do que faz.

 

-Isso só foi uma versão repetida da sua história. – ele respondeu com desgosto, não me deixando barato e soltando os seus braços de mim.

 

Nossa troca amarga de olhares foi quebrada, quando a moça que ainda estava parada a nossa frente, se pronunciou.

 

-Hum... Então, você ainda está um pouquinho fraquinha, né? Não é melhor vocês procurarem um lugar para descansar até que alguém dê uma carona pra vocês até as suas casas? Nós estávamos a caminho de um hotel. É bem aconchegante. Se quiserem, eu e Travis podemos pagar uma estadia pra vocês dois. – ela disse com um sorriso. – Se quiser nós até emprestamos algumas roupas limpas, para se livrarem logo dessas roupas encharcadas. 

 

Não tinha mais nenhuma escolha, não é? Se eu ligasse para alguém lá de Los Angeles pra nos buscar, só chegaríamos amanhã. Eu dei de ombros e balancei a cabeça em afirmação.

 

-Seria bom, obrigado. – Nick respondeu.

 

Nós subimos a pequena encosta, até a estrada onde estava o carro do casal e onde deveria estar o nosso. Enquanto o casal de desconhecidos fazia as suas ligações antes de ir embora (acho que para cancelar a ambulância e fazer mais uma reserva do hotel, se eu não me engano), eu dei meia volta e encarei o lago escuro em que eu estava mergulhada há poucos minutos. Envolvi meu próprio corpo com os meus braços, tentando me livrar do frio que sentia. O tempo nessa parte da estrada estava um pouco fresco e nublado, mas para alguém que está com as roupas molhadas, isso é muito gelado.

 

Não havia nem uma pista do carro, que agora estava submerso, além daquela cerca partida. Mas as recentes cenas se repetiam em minha mente como o replay de um filme. Eu me sentia com raiva por ter me rebaixado tanto a ponto de me apaixonar por alguém, eu sentia o meu orgulho ferido ao lembrar de tudo o que o Nicholas sabe, sinto uma pontinha de felicidade por conseguir sobreviver ao acidente, e sinto meu coração quase explodindo com essa coisa incontrolável chamada amor. Eu estava perdida no emaranhado de sentimentos que me vieram em tão pouco tempo. A minha vontade é de correr sem rumo pra longe de tudo pra simplesmente botar a cabeça no lugar, mas é loucura. Um dia eu vou ter que encarar essas mesmas emoções, não posso simplesmente fugir dos sentimentos que eu mesma criei, mesmo contra a minha vontade.

 

Eu não queria olhar para o Nick. Eu sei que eu deveria agradecer, mas eu não consigo. Na verdade eu não quero. Ainda não quero me aproximar de novo dele sabendo que eu o amo. Soltei uma risada, debochando de mim mesma. Apaixonada... a que ponto fui chegar. Acho que no fundo, no fundo, eu desconfiava disso durante um tempo, alguns dias depois do Nicholas descobrir sobre o golpe. Obviamente, eu não estaria nem um pouco disposta em aceitar isso. Talvez isso tenha me feito fechar os olhos por um bom tempo. Eu tenho medo do quanto esse amor vai me custar. Mas até quando eu conseguiria enganar a mim mesma?

 

-Miley. – ouvi a voz dele me acordar de meus devaneios. Me virei para sua direção. Nick estava em pé ao lado da porta traseira aberta do carro. Ele ainda estava sério, com um ar um pouco decepcionado e eu sei que é por minha causa.

 

 

-Vamos? – o homem perguntou para mim, já dentro do automóvel, ligando o motor. – Se ficar aí fora por muito tempo vai se resfriar.

 

Eu caminhei calada até o carro. Nick entrou primeiro, escorregando pelo banco para o lado da outra porta. Eu me sentei, um pouco desconfortável por estar toda molhada, e fechei a porta. Tomei o cuidado de manter uma certa distância de Nick, continuando na ponta.

 

-Vejo que você ainda está um pouco em choque com o que aconteceu. – então eu percebi que a mulher se referia a mim. – Fique tranquila, só foi um susto.

 

Acho que ela estranhou o meu comportamento e acabou interpretando desse jeito. Quem me dera se isso só fosse por causa do susto do acidente.

 

-Eu sei... Eu só quero ficar sozinha por um tempo. Estou cansada demais. – em parte, eu não estava mentindo.

 

-Tudo bem, eu entendo... – ela não disse muito. Acho que a loira percebeu que eu não queria muita conversa e nem o Nick que se encontrava quieto do outro lado do banco. – Meu nome é Raven, por sinal. E ele é meu marido, Stephen. – ela se referia ao homem ao seu lado que dirigia.

 

- E meu nome é Miley e o dele é Nicholas. – eu disse apontando para o Nick.

 

- Se precisar de mais alguma coisa, é só pedir para gente.

 

- Ta bom, obrigada.

 

O resto do trajeto até o hotel foi silencioso. O Stephen e a Raven até falavam poucas coisas dentro do carro, mas eu e Nick não quisemos puxar conversa, então a quietude tomava o seu lugar novamente. O casal está sendo muito gentil em nos ajudar, mas tudo o que eu queria era me isolar para pensar com mais calma.

 

Não demoramos muito para chegar ao destino. Meia hora ou quarenta minutos depois, chegamos até a entrada de um hotel no meio de um campo arborizado, com a decoração rústica e tenho que confessar, bem acolhedora. Não era um hotel comum de estrada. Era daqueles tipos que ficavam mais isolados das cidades que tem tudo dentro. Pelo jeito, uma estadia aqui não deve ser muito barata, ao contrário do motel em que eu e Nick nos hospedamos ontem. Saímos do carro enquanto o Stephen estacionava em uma vaga por perto. Entramos na recepção e rapidamente o meu estado e o de Nicholas, chamou atenção de quem estava em volta. Realmente, eu estava precisando de roupas limpas e secas.

 

Raven e seu marido conversaram com a recepcionista sobre um novo quarto, que eu suponho que seja para mim e para o Nick. Não, novamente não! Eu não quero dividir o mesmo quarto que ele. Eu não posso. Mas eu não posso os obrigar a pagar mais uma outra estadia só por causa disso. Mais tarde eu venho conversar com a recepcionista para ver se posso pagar amanhã de manhã quando o meu tio vier nos buscar.

 

Ouvi um homem comentar sobre o teto verde do prédio do hotel. É um tipo de jardim que fica no terraço do prédio. Então eu optei por subir até lá para arejar um pouco a mente. Subi de escadas mesmo, pois os elevadores estavam demorando e por aqui não tinham muitos andares. Quando eu cheguei ao ultimo andar, tinha uma porta fechada dizendo “Aberto para visitação apenas entre o horário das 9 manhã à 1 da tarde.” Eu não me importei com a mensagem e tentei abrir a porta do mesmo jeito. Estava aberta. Logo depois que saí para a parte descoberta, encostei a porta atrás de mim. Não havia ninguém por lá, a não ser o verde que tomava conta da minha visão e o colorido das flores.

 

Enfim só.

 

Ao meu redor, tinham vários tipos de flores muito bem cuidadas, mas eu não quis prestar muita atenção nelas. Me apoiei sobre beirada do prédio, apreciando a vista daqui de cima. Não era pra ser desse jeito. Tudo está tão confuso. Ás vezes me parece um erro, mas às vezes me parece que não existe nada mais certo do que isso.  

 

Ouvi a porta, pela qual eu tinha entrado, se abrir e logo depois se fechar. Interrompi a minha linha de raciocínio e me virei para trás, já imaginando quem seja. E as minhas suspeitas foram confirmadas. Nick estava parado a minha frente com os braços cruzados me encarando seriamente.

 

- O que você está fazendo aqui? Você me seguiu? – eu perguntei de um modo um pouco rude.

 

- Eu quero saber até quando você vai se divertir com a minha cara. - ele ignorou as minhas perguntas se aproximando de mim.  – Eu salvei a sua vida! E você não fez nada, nem um agradecimento, nada! – ele deu ênfase a ultima palavra aumentando o tom de voz.

 

-E quem disse que eu queria ser salva? Eu não te pedi para me tirar daquele carro. Você me salvou por escolha sua, não pode me exigir nada. – eu respondi tentando me manter impassível. – Aliás, se eu sou tão ruim como você diz, então por que me ajudou? Se eu tivesse morrido naquele lago, a maior parte dos seus problemas iria embora, não é mesmo? Então por que você fez essa babaquice?

 

-Você quer saber por quê, Miley? – ele me perguntou desafiador com um tom irônico.

 

-Quero! Se você me odeia tanto, algum interesse tem por trás disso. – é a única explicação, não é?

 

-Porque eu sou louco por você! – ele gritou, nervoso. No primeiro momento, eu não pude assimilar bem o que eu tinha acabado de ouvir. – Eu nunca deixei de te amar. Eu pularia naquela merda de lago milhares de vezes de novo por você. Eu morreria por você! Eu não suportaria saber que você morreu por minha culpa, Miley. Por mais infernal que a minha vida seja por sua causa, eu não sei se teria forças pra lidar com ela sabendo que você não está viva. – ele continuava a falar rápido, despejando as palavras para cima de mim, que ouvia surpresa. Eu sentia minha própria alma se agitar dentro de meu corpo, deixando rastros por todo ele. Minha pele se arrepiou. Meu coração estava tão disparado que poderia rasgar o meu peito a qualquer momento. Eu respirava com dificuldade como se eu tivesse voltado a me afogar. – Era isso que você queria ouvir, Miley? Bom, aí está a explicação.

 

-Eu não acredito em você. Como você me ama se me disse todas aquelas palavras? Você sabia o quanto aquilo me atingia. Você foi tão baixo quanto eu.

 

-Eu explodi de raiva por sua causa! Porque apesar de você sempre me humilhar e desprezar eu sempre estive te amando. Eu sei que não faz sentido. Eu já tentei acabar com isso várias vezes, mas é impossível de controlar. – ele parou de falar e olhou nos meus olhos me analisando. – Você não se importa, né? – eu não respondi. Decepcionado, Nicholas balançou a cabeça negativamente. - Você não sabe o que é isso, porque você nunca amou e nunca vai amar alguém pra me entender. – eu senti essas palavras como um soco no estômago. É claro que eu entendo! Minha garganta se apertou ao ver ele me dando as costas.

 

Antes que ele pudesse sair do jardim, eu gritei.

 

-Cala essa boca! – levantei minha voz. Nicholas se virou para mim, para me encarar. – É isso mesmo. Cala essa boca antes de falar dos meus sentimentos! Você não sabe o que eu sinto. E quer saber? Eu não te suporto. – eu caminhei até ele, acabando com a nossa distância. Eu não aguantava mais guardar isso entalado na minha garganta. Eu precisava falar! – Eu não te suporto por me fazer sentir frágil quando estou perto de você. – eu o empurrei. – Eu não te suporto por me tirar do sério o tempo todo! Eu não te suporto por ser tão atraente. Eu não te suporto porque você me salvou a minha vida por nada em troca, por me fazer sentir coisas que ninguém conseguiu provocar em mim em toda minha vida. – lágrimas já desciam pelas minhas bochechas, mas não eram de tristeza, mas de alívio. – Porque só você me fez sentir viva depois tanto tempo. E eu não sentia isso desde a morte do meu pai.

 

Ele me olhava perplexo com o que eu tinha acabado de falar. Minhas mãos estavam apoiadas sobre o seu peito, e a distância entre nós era tão pouca que eu conseguia sentir o calor de seu corpo.

 

-M-mas você fez tudo aquilo comigo. Você está mesmo apaixonada por mim? Você não me odeia por ser um Jonas? – ele começou a fazer perguntas, um pouco confuso. Mas eu não tive paciência para responder, muito menos para ouvir. Eu já o mandei calar a boca!

 

            Fiquei na ponta dos pés e interrompi as suas palavras, o puxando pela nuca e juntando meus lábios nos seus. Uma explosão de alegria tomou o meu corpo. Suas mãos foram para a minha cintura, me puxando para si. Nick sugou o meu lábio inferior suavemente, me fazendo quase implorar para um aprofundamento do beijo. A água que encharcava nossas roupas estava prestes a evaporar com o calor de nós dois juntos. Meus dedos se entrelaçaram nos cachos molhados dele.  Minha língua encontrou com urgência a sua. A sensação era tão boa. Era como se eu nunca tivesse beijado alguém na vida e estava experimentando pela primeira vez o melhor beijo que poderia existir. O gosto doce ainda predominava em sua boca, o que me fez lembrar o quanto eu estava dependente de seus beijos. Eu dei leves mordidas em seus lábios, para voltar a me deliciar com a sua boca, explorando com a minha língua. O beijo foi chegando ao fim com uns selinhos teimosos em não terminar.

 

Minha testa se encostou a sua. Fechei meus olhos, ainda desacreditada com o que eu acabei de dizer.

 

-Você tem razão sobre o amor ser incontrolável. – eu sussurrei. – Se eu tentasse esconder por mais tempo eu enlouqueceria. – afastei o meu rosto do seu e abri os olhos para olhá-lo. – Mas eu tenho fraquezas demais para suportar mais uma. – ele tomou o meu rosto em suas mãos. Eu suspirei ao sentir carinhosos beijos por onde minhas lágrimas passaram. - Isso nunca era pra ter acontecido.  

 

-Mas aconteceu. – ele disse depois de ter afastado o seu rosto do meu. – E eu nunca seria sua fraqueza. Eu quero ser a sua fortaleza, Miles. E isso só vai depender da sua escolha.

 

Sem parar para pensar sobre as consequências disso, eu disse. – Eu quero.

 

-Então quer dizer que você me quer? Pra valer? – eu vi um brilho especial iluminar os seus olhos.

 

Eu balancei a cabeça em afirmação. Quem eu quero enganar? Eu quero muito. Eu quero sentir aquele conforto com a pessoa que ama. Eu quero viver essa vida tão intensa e emocionante de amantes. Talvez eu me arrependa daqui a alguns dias, mas eu me dei o trabalho de jogar essas preocupações para o alto. Sou fraca demais para lutar contra esse sentimento louco que vem me controlando.

 

            Nick se inclinou para mim e roçou seus lábios nos meus. Suspirei ao sentir a textura macia e tentadora em minha boca. Sua língua traçou o contorno dos meus lábios, para logo em seguida levá-la de encontro a minha novamente. Nossas línguas se acariciavam de uma forma tão boa que eu poderia ficar o beijando para sempre. Aos poucos, o nosso beijo aumentava cada vez mais a temperatura, causando novas sensações e aumentando as carícias. Já era de se esperar que chegaríamos a esse ponto. Mesmo nos odiando e brigando, juntos nós soltávamos faíscas. Imagina agora! Nick me apertou mais contra o seu corpo. Um gemido abafado pelo beijo soou de mim quando senti a ereção dele crescer contra uma área sensível logo acima da minha intimidade que já pulsava por ele dentro de mim. Não era um desejo comum, era como uma sensação tão expandida e intensa que chegava a ser surreal. Sexo com amor... Eu já tinha ouvido falar que era a melhor coisa do mundo. E como deve ser! Ser entregue de corpo e alma, pra valer, me fazia vibrar de ansiedade e ao mesmo tempo espanto.

 

Sem me importar com o ambiente em que estávamos, minhas mãos buscaram pela sua pele por de baixo da camisa, subindo o caminho até o seu peito, enquanto a peça subia, o deixando descoberto. Interrompendo o beijo, mas sem tirar os olhos de mim, Nick levantou os braços, me ajudando a me livrar da camisa, e a deixei jogada no chão. Passeei minhas mãos pelo seu peito nu, admiranda ao o ver arrepiado com o meu toque. Nick também, não ficou para trás e arrancou a minha blusa, deixando o meu sutiã de decote meia taça a mostra. Sua pele branca, que contornava os músculos do seu tronco desnudo e sexy, me chamou para mais carícias. Cobri a área descoberta de seu corpo com beijos e leves mordidas: seu pescoço, ombros, peito, abdômen.

 

-Você é louca, Miles. – ele comentou com uma voz rouca. Eu já sabia que ele estava mais do que excitado, mas Nick estava me falando sobre a minha atitude impensada em querer transar num lugar público. Não era exatamente público, nem éramos para estar aqui. Ainda bem que a haviam várias colunas de plantas e flores que nos esconderiam das pessoas lá de baixo.

 

-Você aguentaria esperar até chegarmos ao quarto? – eu perguntei entre beijos em sua barriga, descendo até chegar o cós da sua calça.

 

-Com certeza, não. – ele respondeu enquanto me assistia abrir a sua calça lentamente.

 

-Eu também, não. – eu me inclinei minha cabeça para cima para encarar os seus olhos escuros. – Nick, eu quero muito fazer amor com você, agora mesmo.

 

-Eu sempre soube que ontem não seria a nossa última vez. – Nick disse num tom baixo enquanto eu abaixava a sua calça.

 

Sem cerimônias, abaixei a sua cueca logo em seguida, liberando o seu pênis ereto. Senti minha boca salivar e o meu sexo pulsar sofregamente. Suspirei discretamente, tomei o membro uma das minhas mãos e beijei a ponta. Coloquei a glande na minha boca e chupei com vontade. Nick gemeu deliciado e eu me segurei para não gemer junto ao ouvir sua voz carregada de prazer. Eu acariciei mais uma vez a ponta de seu pênis com a língua e me afastei minha boca para estimular toda a sua extensão com a mão. Nick gemia rouco e movimentava o seu quadril contra a minha mão, para aumentar o atrito. Eu aumentei a velocidade conforme seus gemidos e grunhidos aumentavam. Não demoraria muito para chegar ao orgasmo.

 

-Miley... vem cá. – ele disse quase em uma súplica. Eu olhei para o seu rosto. Suas bochechas já estavam rosadas. Nicholas estava quase queimando de excitação e a minha situação não era diferente. – Agora eu quero te levar ao paraíso e voltar.

 

Eu me levantei lentamente com a mesma trilha de beijos pela sua barriga, sem tirar os olhos dos seus. Chegando ao seu peito, lambi a sua pele até chegar à altura de seus ombros, sentindo o seu gosto único. Pude ouvir sua respiração pesada. Nick desabotoou o meu short e o tirou. Igualmente a ele, chutei a roupa que estava em meus pés para o lado e tirei meus sapatos com os pés. Ele começou a deixar chupões pela parte exposta dos meus seios e eu não pude deixar de soltar um gemido baixo e agudo. Senti seus dedos brincarem com a alça fina da minha calcinha logo antes de puxá-la para baixo. E rapidamente ele tirou o meu sutiã também, me deixando totalmente nua.

 

Nick puxou a parte de trás das minhas coxas para ele, e eu o ajudei com o impulso e fiquei com as pernas ao redor de seu corpo. Eu gemi o seu nome baixinho ao sentir a minha intimidade úmida e sensível em contato com a sua pele. Mordi o lábio inferior ao sentir um atrito maior quando Nicholas me encostou contra a parede. Suas mãos me levantaram um pouco até que os meus seios estivessem na altura do seu rosto e então os seus convidativos lábios foram de encontro ao meu mamilo. Dessa vez eu não pude deixar de gemer mais alto quando senti sua boca me sugar e seus dentes roçarem levemente na minha pele sensível. Deixando sons eróticos escaparem de minha boca, eu puxava levemente os seus cachos, cada vez que ele sugava com mais força, me fazendo querer mais e mais. Nick levou a sua atenção para o outro seio. Sua língua fazia movimentos circulares em meu mamilo e logo depois o sugou. Os seus estímulos eram tão torturantes que eu não me aguentei e passei a movimentar o meu quadril, roçando cada vez mais o meu sexo em sua barriga. Ainda me chupando habilidosamente, Nick grunhiu de prazer ao sentir a minha reação. Então ele deixou o meu seio e beijou a curva entre o meu ombro e o meu pescoço.

 

- Você é tão linda, tão excitante, tão minha... – ele sussurrou olhando por todo o meu corpo com fascínio e em seguida para os meus olhos. - É impossível não se apaixonar por você. - E senti mais uma flecha me acertar.  Não fazia ideia de quão boas sensações algumas palavras podem me provocar.  

 

- Não existe mais essa história de ultima vez. Eu não aguento mais ficar longe de você. Então me faz sua mais uma vez, por favor. – implorei tirando um cacho caído da sua testa suada.

 

- É o que eu mais quero.

 

Com as mãos sobre as suas bochechas, puxei seu rosto para um beijo. Sem afastar sua boca da minha, ele me deixou na mesma altura que a sua e senti seu membro ainda duro se encaixar gentilmente na minha entrada. Sua língua acariciou a minha carinhosamente. Seu pênis me penetrou lenta, mas profundamente.  Um gemido vibrou pela minha garganta, mas um som de prazer abafado também foi escutado vindo de Nick.  Puxei o seu lábio com os dentes depois do beijo acabar e logo o suguei, para diminuir a sensação de ardência por causa da minha mordida. Entregue e imensamente feliz. Acho que esses são os melhores adjetivos que me caracterizam agora. Então eu senti mais uma investida me invadir e arranhei seus ombros para não gritar. Ninguém sabe e nem deve saber que estamos aqui, nos amando. Então encostei meu lábio ao seu ouvido para gemer baixinho ao pé da sua orelha, mencionando o seu nome entre palavras desconexas e curtas frases entrecortadas por mais um suspiro ou gemido cada  vez que recebia mais uma penetração. Seus movimentos estavam ficando cada vez mais fortes, profundos e rápidos, me fazendo quase ver estrelas. Joguei meu quadril contra o seu pênis que deslizou ainda mais fundo o fazendo gemer meu nome. Em sincronia, nós dois nos movimentávamos juntos causando cada vez mais prazer um ao outro. Depois de mais algumas penetrações, Nick chegou ao clímax primeiro. Senti o seu líquido quente derramar em dentro de mim, o que me deixou ainda mais eriçada e não parei de me movimentar. Sem sair de mim, Nicholas acariciou com o seu dedo o meu clitóris me causando ainda mais gemidos. Estremeci de tanto prazer e arqueei as costas ao sentir o orgasmo tomar conta de meu corpo. Realmente eu fui levada ao paraíso e voltei. 

 

Deitei minha cabeça em seu ombro e aproveitei o conforto dos seus braços ao meu redor.

 

-Eu tinha todos os motivos para ser sua pior inimiga, mas eu te amo tanto, Nicky. – eu disse baixinho.