quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

2ª temporada: Capítulo 16 - Return

Demi Narrando

                -Está aqui. – eu entreguei o pacote cheio de dinheiro pessoalmente ao Petrova. Mais uma quantia a menos na minha dívida. Mas ainda falta bastante para me ver livre desse cara.
                Ele verificou rapidamente a quantidade de dinheiro dentro no pacote e logo depois o largou em cima da mesa. – Contarei melhor mais tarde. – ele continuou me observando e acendeu o seu charuto. –Como conseguiu tanto dinheiro, mi bella? – a fumaça de cheiro forte tomou conta do luxuoso escritório de sua mansão.
                -Eu consigo me virar quando posso. – eu disse sem querer detalhar muito como consegui essa grana extra. Mas com certeza ele já deve ter notado que foi de forma ilegal. Pelo menos ele não fez questão de querer saber detalhes para não se aborrecer, talvez.
                Descolei uma boa grana enganando um antigo apostador. Suas apostas sempre são infalíveis e lhe rendem muito dinheiro. Na sua grande aposta na noite passada, eu estava presente no glamoroso cassino da cidade vizinha, obviamente a espreita para conseguir passar a perna em um apostador rico e bêbado. O dinheiro que consegui não chega aos pés da sua conta bancária, mas era uma boa quantia.
                -Muito bem... – ele balançou a cabeça. – Vejo que tem conseguido bons extras além dos seus serviços para mim.  Mas agora preciso de uma ajuda sua. Ajuda não, trabalho.
                -O que você quer dessa vez, Petrova? - eu suspirei cansada e cruzando os braços.
                -Preciso que você substitua Mateo por tempo indeterminado. – ele puxou mais fumaça daquele charuto e depois o soltou. – Será melhor para você. Vai gostar.
                -O que houve com Mateo? – perguntei curiosa.
                -Ele e outros homens irão se dedicar a um serviço especial. – ele respondeu com o seu ar de mistério.
                -Deixa eu adivinhar: o tal serviço especial tem alguma coisa a ver com a tal louca que matou o Bruno e o seu namorado rico? – perguntei irônica.
Não tem o porquê de ficar escondendo mais de mim. É o que mais se fala entre os seus funcionários. Entre murmúrios, fiquei sabendo sobre o tal amigo do Leandro que está fazendo sabe-se lá o que com esses dois, mas que está recrutando homens do sistema do Petrova para se meter nisso. A coisa tem ficado cada vez pior para esses dois e a minha curiosidade só cresce para descobrir qual é o motivo por ter atraído tanta confusão pro lado deles.
-Sim. Isso mesmo. Mateo agora estará dedicando a outros serviços e alguns setores estão faltando algumas pessoas para gerenciar. Preciso de você em uma delas. Estou confiando a você um cargo importante.  Espero que não me decepcione outra vez. Ainda estou de olho na senhorita. E se me aprontar de novo, não terá segundas chances. Me ouviu bem?
-Ouvi. – rolei os olhos.
Minha curiosidade estava me matando pra perguntar coisas sobre essa confusão e o que ele ganharia com isso. Mas saberia muito bem que ele não me responderia e me daria um fora por não ser da minha conta. E ele teria razão. Não é da minha conta.


Miley Narrando

Larguei o estilete em cima da mesa mesmo, e pulei para um abraço apertado. Pulei literalmente, dando impulso para envolver minhas pernas em seu quadril e me agarrar a ele com a intenção de largá-lo nunca mais.  Nick riu da minha reação e apertou o abraço ao meu redor.
-Pelo visto, você nem sentiu tanta falta de mim assim. - ele brincou.
-Não mesmo. - eu beijei a ponta do seu nariz e sorri a poucos centímetros do seu rosto. - Mas por algum motivo desconhecido, eu não vou desgrudar de você tão cedo.
Nossas bocas se juntaram num beijo lento e gostoso, que me fez lembrar muito bem o porque de pensar tanto nesses lábios, antes mesmo me descobrir apaixonada por ele. Os lábios macios deslizando entre os meus e o seu delicioso perfume fazendo presença, me fez sentir realmente que estou em casa.
-Apesar de ter estragado todo o meu plano de recepção pra amanhã, eu adorei você ter vindo mais cedo.
-Você tava planejando alguma coisa, é?
-É, principalmente esconder o amassado do seu carro que bati. - eu respondi. Sua boca se abriu em horror e seus olhos estreitos estavam preparados para me fuzilarem, mas eu soltei uma risada e Nicholas se tocou que era uma brincadeira.
-Isso é algum tipo de vingança pelo susto que eu te dei? Porque se for, você conseguiu, porque quase me fez morrer e voltar agora.
-Agora estamos quites! - eu respondi, dando  uma piscada de olho. - Eu realmente estava pensando em fazer alguma coisa. - eu desci do seu colo.
-Você sabe que eu ainda vou aceitar de muito bom grado essa recepção. Posso até fingir que vou chegar amanhã, se quiser.
-Agora não dá mais, Nick. - eu disse rindo.
Nicholas me abraçou pela cintura e me deu alguns beijos carinhosos pelo pescoço. - Vamos andar na praia um pouco?- balancei a cabeça positivamente, ainda sentindo meu corpo completamente relaxado em resposta aos seus carinhos. Sabia o quanto ele adora a praia daqui e estar nesse lugar para ele é tão necessário quanto água.
Fomos juntos pra lá caminhando de mãos dadas. Estava ansiosa pra saber o que aconteceu em Los Angeles enquanto Nick esteve por lá e torci para que ele não perguntasse com muitos detalhes sobre as coisas que aconteceram aqui na Itália nesse meio tempo.
O vento úmido, frio e carregado com o cheiro do mar bateu em minha pele de uma maneira agradável. O céu encoberto não mostrava nenhuma estrela hoje, dando sinal que a chuva estava por vir.
-Então, como foi lá em LA? - perguntei curiosa.
- Por incrível que pareça, foi tudo muito tranquilo. - ele respondeu, enquanto caminhávamos pela areia macia. - Meu pai continua esquisito. Mas um esquisito bom... Você acredita que quando eu disse provavelmente não me veria como presidente da empresa, ele disse que eu não deveria  sentir pressionado por ele com isso e que eu deveria ser feliz?
-Isso não é muito a cara dele. - eu comentei.
-Pois é. Ele está bem diferente, até agora eu não entendi muito bem o motivo, mas ele está diferente.
-E o Brian? Continua apaixonado por Christine?
-Tanto ele, quanto ela. -Nick respondeu sorrindo.
-Como assim?
-Brian se declarou pra ela. E pelo jeito, ela retribuiu. Eles estão saindo escondidos. - Uau! Ok, essa é uma novidade e tanto! Nick percebeu minha expressão de surpresa e riu.- Eu sei, também fiquei surpreso.
Nos sentamos na areia, de frente para o mar, enquanto ele me contava todas as novidades, mas não durou muito tempo. Nick logo tentou mudar o assunto para a situação daqui.
-Onde está o Chad? - ele perguntou, só se tocando agora da ausência do meu amigo. -Quando cheguei em casa não tinha ninguém.
-O Chad foi embora mais cedo. - eu disse, tentando parecer mais neutra possível.
-Por quê? O combinado não era ele estar presente até que eu voltasse?
-Ele tinha algumas coisas para resolver e como eu sabia que você viria amanhã, eu meio que liberei ele. Além do mais, ele tem a vida dele para cuidar, também, né? - eu desconversei. - As coisas estão tranquilas por aqui. Não tinha necessidade em ficar o prendendo em casa.
-Miles, - ele me disse num tom sério e eu já imaginava o que iria falar a seguir. - Você tem certeza que não aconteceu nada? Por quanto tempo você está sozinha na casa? - ele perguntou preocupado.
-Está tudo bem! É sério.
-Miley, olha nos meus olhos e me diz que não aconteceu nada envolvendo você e Petrova. - ele continuou a insistir. Seus olhos escuros me fitaram firmes. Droga! Odeio mentir pra ele.
-Não foi nada demais... Eu apenas procurei resolver alguma coisa, mas acabou não dando em nada. O Chad estava comigo no dia.
-O que aconteceu?
-Eu procurei uns capangas dele por aí... Para tentar fazer um acordo com Petrova. Não deu em nada. Só em mais suspense. Nem o nome do tal amigo que está por trás disso eu consegui.
-Eu te pedi para que ficasse na sua, pra que não se arriscasse. - seu tom de voz era reprovador.
-Uma hora a gente vai ter que resolver isso, Nick. Mais cedo ou mais tarde. - eu apoiei minha mão sobre sua bochecha carinhosamente. - Eu sei que você se importa comigo e tem medo de que alguma coisa aconteça. E eu te amo por isso. - eu dei um beijo na sua boca e afastei meu rosto para dizer –Mas eu não conseguia ficar parada esperando o tempo passar, sem conseguir saber de nada, sem conseguir resolver nada... Eu tinha que fazer alguma coisa.
-Nós vamos resolver isso. Juntos. - ele respondeu, um pouco mais calmo. Mas ainda estava um pouco chateado por eu ter arrumado confusão enquanto ele esteve fora, a última coisa que ele queria. 
-Sim, nós vamos. - O vento jogava o meu cabelo para o lado oposto do Nick e tentei colocar algumas mechas atrás da orelha para que não fiquem no meu rosto. -Só não fica bravo comigo. Eu te ajudo a pagar as multas do carro, prometo. - eu mudei de assunto, o fazendo quebrar o semblante sério e abrir um sorriso.
-Ele está inteiro, pelo menos, né? - ele perguntou mais relaxado. Eu assenti. -Que bom, porque eu vou adorar ver você correr um dia desses. Não é justo eu não estar aqui quando isso aconteceu. - ele disse olhando para o horizonte. – Você só se diverte assim com o Chad.
 -Está com ciúmes? - eu perguntei brincando.
Ele desviou o seu olhar para mim, de lado. Ele tentou disfarçar expressão que já o entregava. - Não.
-Uhum. - eu ri e ele abriu um sorriso tímido, sem conseguir disfarçar direito.
-E aí? O que mais aconteceu por lá? Alguém novo na parada? - eu perguntei sem muito interesse.
-O que? - Nick voltou o olhar pra mim, sem parecer entender a minha pergunta.
-Estou perguntando se apareceu alguém de fora por lá. Alguma novidade de fora. Não sei, talvez tenha a ver com o comportamento do seu pai.
-Não. -ele respondeu prontamente. - Só um amigo antigo dele que voltou pra cidade. Nada demais.
Ele voltou o olhar para o horizonte. As gaivotas voavam agitadas pra longe da praia, já prevendo a chuva que virá em breve. Ele pegou a minha mão e a entrelaçou entre os seus dedos. Era uma sensação boa. Estar com ele de novo. Nem que seja sem falar nada por um tempo, só curtindo a presença do outro. Nick durante esses meses não se tornou só o meu namorado, masmeu amigo, confidente, receio dizer que meu lar também. Como era estranha a sensação de tê-lo de volta por perto.  Não quero soar boba, mas parece que tudo muda.
As palavras de Chad voltaram para minha mente.

"Se ele confia tanto em você, por que você acha que ele não deve saber? Ele já sabe de tanta coisa sobre você. "

Eu deveria contar, eu deveria confiar nele pra que eu pudesse cobrar alguma confiança. Quanto mais tempo que guardo isso comigo, mas receosa fico com a sua reação. Nick merece saber, mas elevai achar que escondi por tanto tempo por algum motivo. Já o magoei outras vezes, já quebrei o seu coração com todas aquelas mentiras. E se ele não estiver mais preparado pra lidar com mais uma?
"Você nem deveria ter ficado com Nick para começo de conversa.  Aliás, por quanto tempo você acha que isso que você tem com ele vai durar?"

Eu apertei a sua mão e deitei minha cabeça no seu ombro, ainda mais próxima do seu perfume, tentando me aconchegar mais ao seu corpo. Senti a sua mão me soltar e o seu braço me envolver, me puxando mais pra perto de si.
-No que está pensando? - ouvi sua voz soar baixa.
-Não quero perder você. - escolhi responder sinceramente dessa vez.
-Você não vai. - surpreendentemente ele não questionou o motivo de eu estar pensando nisso e foi um alívio. - Você me tem, você sabe disso. Só... Seja mais cuidadosa. A gente não vai perder o outro se não me metermos em encrenca. - ele beliscou meu braço e eu ri da sua indireta sobre minha impetuosidade.
-Tudo bem.
Eu inclinei minha cabeça para olhar para cima e encontrar seus olhos me encarando. Ele não parecia querer adivinhar o porque daquilo. Não era nenhum de tipo de invasão, talvez um pouco de curiosidade? Mas principalmente segurança. Carinho e segurança. Era isso que Nick representava para mim, além de todos os nossos conflitos, história e desejos incontroláveis. Uma combinação perfeita pra mim que sou o caos ambulante.
-E no que você está pensando? - disse tão próxima do seu rosto, que meus lábios de roçaram nos seus quando eu falei.
-Que eu amo você. Gosto quando você se abre pra mim assim. - Talvez ele falaria um pouco mais se nossas bocas não estivessem prestes a se beijarem.

Não nos beijamos por muito tempo. O vento começou a ficar mais intenso e senti algumas gotas grossas caírem isoladas. Ele olhou pra cima e percebeu mais gotas caírem no seu rosto.
-Acho que já está na hora de ir pra casa. - ele comentou se preparando pra levantar.
Me levantei também. O céu se iluminou com um relâmpago. E logo a seguir, o trovão ressoou alto.  As gotas começaram a cair com mais intensidade e quantidade e percebi que não daria tempo de chegar à casa seca. Nós começamos a correr em direção a casa.
Não dava pra correr muito rápido naquela areia fofa. A chuva se intensificava enquanto nós dois nos encharcávamos. O vento forte jogou uma boa quantidade de areia em nós e Nick riu da situação quando eu xinguei alto. Mas logo após a boa quantidade de água lavou a areia embora até entrarmos na enorme varanda na entrada da casa.
Chegamos em casa encharcados. Abri a porta rapidamente e entramos logo para a parte de dentro para nos livrar da forte chuva lá fora. Ali estava mais quentinho e aconchegante, apesar de eu ainda estar com a pele gelada e arrepiada. Apoiei minhas costas na porta atrás de mim, terminando de recuperar o ar e abri um sorriso pra Nick que rapidamente retribuiu o sorriso. Nick espalmou uma das mãos na porta atrás de mim, me colocando entre e ele e a porta.
-Choveu assim no último dia seu aqui antes da viagem e agora quando você chegou. Acho que não é coincidência - comentei.
-Acho que o tempo daqui não está muito ao meu favor. - ele disse ainda com um sorriso charmoso no rosto. Próximo demais de mim.
-Ou talvez esteja. - sussurrei observando o quão sexy ele estava. Ele não fazia ideia o quanto estava terrivelmente irresistível. Não fiz questão de disfarçar a varredura que meu olhar fez por ele inteiro.
Uma troca de olhares intensa tomou conta daquele momento.  Uma tensão entre nós, deixando o ar cada vez mais denso. A água da chuva caia em gotas do seu cabelo molhado pra o seu rosto, delineando os seus traços e fazendo que eu fique cada vez mais atraída pelo Nick. O único som que se ouvia eram nossas respirações ainda entrecortadas pela corrida e a chuva caindo lá fora.
Aquele olhar torturante sobre mim.
As gotas de água correndo pelo seu rosto e corpo.
Aquela boca maldita me convidando para mais de seu gosto.
Sua respiração batendo em mim.
Sabia que Nick também estava gostando da visão a sua frente e aquele ambiente não estava ajudando nenhum pouco a resistir um pouco mais. Não aguentamos esperar por mais tempo.
O beijo veio de supetão e urgência. Juntei meu corpo com o dele, quando ele me puxou pela cintura para perto de si e eu o abracei forte. Sua pele também estava gelada, mas eu sabia que não era por muito tempo. Um beijo intenso o suficiente para compensar todos esses dias longe da sua boca. 
Sua pele fria junto à minha igualmente gelada não me incomodava nenhum pouco. Mas aquelas roupas... Ah, aquelas roupas eu vou ter que me livrar delas agora mesmo! O beijo era desesperado pelo gosto e textura de sua boca, o mesmo era a sua situação. Ainda durante o beijo, senti ele tirar o meu cabelo de cima dos meus ombros, deixando minha nuca livre. Nicholas quebrou o beijo para se preparar para dar mais atenção ao meu pescoço, mas eu troquei as nossas posições, o jogando contra a parede e o encurralando dessa vez.
Lambi a sua mandíbula dos dois lados, sentindo o gosto salgado da água da chuva em sua pele, com uma lentidão que o estava deixando cada vez mais excitado e impaciente. Ele apertou as laterais do meu quadril com força. Mordi o seu queixo, o lambi logo depois, fazendo uma trilha de volta para a sua boca avermelhada, levemente inchada e convidativa.  Ele logo enfiou suas mãos para dentro do meu short para conseguir apertar minha bunda com vontade.
Só ali tomei consciência do quanto estava sentindo falta de cada pedacinho de seu corpo, do seu gosto, textura e cheiro.  Contornei seus lábios com a língua com a mesma lentidão e voltamos ao beijo por mais alguns minutos.
Dessa vez, Nick conseguiu tomar o controle e me puxar pelo cabelo, para que finalmente pudesse se deliciar com o meu pescoço. Aquele gesto bruto e ousado fez minha respiração descompassar e minha intimidade latejar. Seus lábios e língua quentes em contraste com a minha pele ainda gelada me fizeram fechar os olhos instantaneamente quando entraram em contato. Ele distribuía beijos molhados, lambidas e mordidas tão sutis que me faziam arrepiar e às vezes mais fortes, me provocando gemidos e me fazendo imaginar afoita o que ele faria comigo daqui a alguns minutos.
Puxei sua camisa ainda grudada no seu corpo para cima e Nick se afastou para que eu pudesse tirá-la, finalmente. Admirei seu tronco e braços expostos e molhados por alguns segundos, enquanto já me adiantava em desabotoar a sua calça.  Parece que eu nunca ia conseguir me cansar desse corpo. E o safado sabia disso. Ele sabia o quanto esse corpo me deixava atraída.
 -Gostou? - ele perguntou com um sorriso cafajeste no rosto, enquanto chutava os seus sapatos pra longe e terminava de descer sua calça.
-Você sabe que sim, gostoso. - eu dei mais um beijo em seus lábios quando ele se voltou de pé, finalmente, apenas de cueca. Senti suas mãos alcançarem a minha blusa.
 -Como eu quero você agora, Nick. - a frase saiu como um gemido de minha boca e dei mais outro beijo forte em sua boca antes dele tirar minha blusa e jogá-la longe pra desabotoar o meu sutiã com rapidez.
-Eu to viciado em você, encrenqueira. - ele sussurrou distribuindo beijos no meu pescoço e colo, enquanto desabotoava o meu short. Suspirei sentindo a maciez dos seus lábios na minha pele. Empurrou minha calcinha pra baixo junto com a peça jeans, me deixando completamente nua, e sua boca encontrou meus seios. Afastou a boca por um momento e encarando meus olhos. - Eu não conseguia parar de pensar em você. Eu não conseguia parar de pensar no que eu faria quando tivesse você por perto. - Ele lambeu e chupou um dos meus mamilos. -Eu sou louco por você, Miles. Eu tenho fome de você.  -Eu não pude evitar um suspiro. Puxou com os lábios e sugou mais uma vez, colocando máximo do meu seio que podia na boca. Sugando com desespero e voracidade. Eu gemia, apreciando a sua boca deliciosa trocar de seio e dessa vez ser menos bruto, me estimulando mais com as suas habilidades com a língua.
Essa fome era recíproca. Meu corpo e minha mente imploravam por ele de uma forma que não dava mais pra controlar.
Ele finalmente largou os meus seios. Consegui respirar com mais controle, pelo menos por poucos segundos. E tudo o que eu conseguia pensar era no bendito momento que estarei sentando nesse homem. Esperei Nick se levantar para, finalmente, eu conseguir arrancar aquela sua cueca, mas ele aproveitou a posição e continuou distribuindo beijos e mordidas pela minha barriga. Ele levantou uma das minhas pernas e a colocou por cima do seu ombro. 
-Oh, merda. - eu deixei escapar, quando ele aproveitou a minha posição mais exposta agora e aventurou a sua língua safada por entre os meus lábios, alcançando em cheio o meu clitóris. Ele chupou e eu tive certeza que eu não ia aguentar ficar em pé assim por muito tempo. Nick continuou a me chupar e os meus gemidos foram aumentando e minhas pernas foram fraquejando cada vez mais. - Nick, por favor...
Ele atendeu meu pedido finalmente se levantou na altura do meu olhar, com suas mãos correndo pelo meu corpo. Uma parte de mim se arrependeu por não ter esperando até cair no chão, enquanto aproveitava sua boca deliciosa me fazendo ir à loucura.
Deitamos no tapete mesmo e rolei sobre o seu corpo pra ficar em cima dele. Dei mais outro beijo quente e desesperado em Nick e ele retribuiu igualmente afoito. Não enrolei mais e me posicionei sobre o seu pau. Sentei nele lentamente e meus olhos se fecharem em exctasy no mesmo momento, quando eu deixei um gemido arrastado sair de minha boca. Comecei a me movimentar com mais frequência e abri os olhos para encarar o Nick observando com um olhar safado o meu corpo e como eu estava me movimentando no seu colo, mordendo seu lábio inferior como se dependesse sua vida disso. Aumentei a velocidade dos meus movimentos, enquanto aumentava os meus gemidos.
-Ah, Miles. Assim você acaba comigo. - ele disse com sua voz arrastada de prazer. Pendeu sua cabeça pra traz e continuou mordendo o seu lábio.Nick tentou olhar para outra direção e eu sorri. Ele sempre faz isso para se concentrar e controlar o seu orgasmo. Continuei a sentar mais rápido para provocá-lo.
-Está planejando me foder mais de uma vez seguida, amor? - a palavra amor conquistou um sentido muito mais erótico com a minha voz depravada.
-Até você não aguentar mais. - ele respondeu ofegante. - Quero compensar tudo de uma vez.
Deixei de sentar em cima dele e passei a cavalgar sobre o seu membro, já pulsante dentro de mim. -Duvido que você consegue se segurar nessa. - desafiei, em movimentos rápidos e gemi logo em seguida.   – Você está tão perto de gozar, não vai aguentar por muito tempo. – continuei o atiçando. Senti uma das suas mãos apertarem meu peito, enquanto a outra segurava com força a lateral do meu quadril.  
-Quer apostar? - ele segurou meu quadril e passou a movimentar também, tirando e botando o seu pau dentro de mim enquanto eu rebolava em seu colo. Eu já estava bem perto, mas ele também não estava tão longe assim de gozar.
-Quero. - adoro desafiá-lo. Isso só o fazia ficar ainda mais selvagem comigo. - Se conseguir me fazer gozar duas vezes seguidas, eu dou minha bunda pra você.
-Ah é? - ele continuou firme, com estocadas rápidas e fortes. Ele abriu um sorriso sem vergonha pra mim.
-Todinha sua. - eu disse já ofegante. E continuei gemendo.
Seus olhos me encararam mais escuros que o normal antes de se fecharem. Ele continuou numa mesma velocidade constante do que eu estava.  Nick já tinha percebido que era velocidade perfeita pra mim e que assim eu não aguentaria por muito tempo. O orgasmo estava chegando e eu sei que vai ser intenso, me queimando de dentro para fora até eu me incendiar por inteiro. Nick abriu os olhos para me encarar novamente. Meus gemidos foram ficando cada vez mais frequentes. E o clímax chegou.
Mal tive tempo para retomar a minha respiração, Nick me colocou deitada no chão. Se colocou em cima de mim e penetrou mais uma vez na minha boceta encharcada, resultado do orgasmo recente. Nick levantou minhas coxas, o suficiente para facilitar seus movimentos, estocou forte e rápido. Ele xingou baixinho, enquanto franzia sua testa. Ele estava louco para gozar, mas ele não ia sossegar até cumprir o meu desafio.  Minhas pernas tremiam com o estímulo na minha intimidade ainda tão sensível.  Meu corpo inteiro estava sensível demais, qualquer movimento e carícia eram explosivos em mim. E puta merda, como estava bom!
Eu já estava percebendo que esse orgasmo viria mais cedo do que o primeiro. E a minha teoria se confirmou quando minha intimidade latejava forte junto com o pau incansável e firme de Nick, que não diminuía a velocidade e força das suas penetrações nem se o mundo acabasse. E ele estava acabando ali mesmo pra mim, que não aguentava mais conciliar a respiração com os gemidos altos. Me agarrei às costas largas do meu namorado e arranhei até perder as forças num orgasmo que me fez os meus músculos do corpo inteiro se contraírem tão forte que eu senti até os dedos do meus pés se fecharem.  Em seguida um delicioso relaxamento.
-Nick…- gemi ainda fraca. Ele continuava sem parar e eu já sentia que não aguentaria mais. -Goza pra mim. Vem, amor. - pedi em gemidos manhosos.
 Mas ele não parou até que em poucos segundos senti o orgasmo chegar, mas dessa vez menor e menos intenso. Mais outro e mais outro. Três de uma vez só, Nicholas sorriu com resultado. Ele finalmente relaxou e depois de poucas estocadas soltou um gemido de alívio e prazer. Senti seu líquido quente me invadir e, finalmente, Nick chegou ao seu ápice também. Logo depois ele veio de encontro a minha boca pra mais um beijo intenso, mas dessa vez mais lento e paciente. Depois que separamos o beijo, o maldito abriu um sorriso vitorioso com a sua conquista de orgasmos múltiplos, quase esfregando na minha cara.
-Quem você disse que não ia aguentar, mesmo? - perguntou provocativo.
-Pode parar com esse sorrisinho metido. - eu coloquei a mão sobre a sua boca, que o fez rir ainda mais, afastando minha mão do seu rosto.
-É só me aguardar que no banho eu quero o meu premio, ok?
-Ok. Foi merecido. -eu pisquei e beijei o canto da sua boca.
-Merecido, não. Muito mais que merecido. - ele continuou convencido. Rolei os olhos de brincadeira.
-Cala boca e me beija, Jonas. - o puxei pra perto de mim.
Já algum tempo depois, eu e Nick tomamos o nosso banho. Nunca vi o Nick tão ansioso para tomar um banho quanto hoje. Depois de algumas preliminares debaixo do chuveiro, Nick finalmente teve o seu “prêmio” da aposta que eu fiz. Apesar de ter sido bem prazeroso pra mim, dessa vez quem ficou tonto de tesão foi ele. Ficamos tanto tempo distraídos um com o outro durante o banho, que só saímos de lá quando percebemos nossos dedos enrugados por causa da água. Desculpa, Mãe Natureza, mas eu precisava compensar muito bem as saudades do meu Nick.
Coloquei logo a minha camisola e Nick vestiu sua calça de moletom que gosta usar pra dormir. Nicholas se jogou na cama ao meu lado, me puxou pra sua direção, encostando seu tronco nu em minhas costas. Cheirou o meu pescoço e me deu um beijo ali. Ri do modo que ele não conseguia me largar. Ele se aproximou do meu ouvido.
-Não ta merecendo muito, mas eu trouxe presente pra você. –ele disse ainda me abraçando pela cintura.  
-Por que não estou merecendo?
-Você quebrou a promessa de não se meter em confusão, enquanto eu estivesse em LA, lembra? – ele brincou com o meu cabelo.
-Ah, mas nem foi tanta confusão assim... Na maioria dos dias eu me comportei. – eu ouvi ele rir baixo. – Eu mereço, sim.
-Ta bom, ta bom...  Vamos fingir que sim. Quer ou não quer ver meus presentes?
Me virei em sua direção e sorri entusiasmada. – O que você trouxe? – perguntei curiosa.
-Espera aí.  - ele levantou da cama e foi buscar o que tinha comprado pra mim. Esperei ansiosa como uma criança, enquanto ele arrastava uma das suas malas de viagem e me toquei que aquela mala que ele trazia em minha direção era nova.
Ele abriu a mala e vi várias sacolas e coisas embrulhadas lá dentro. Dei um grito de animação e ele riu da minha reação. Uma das sacolas tinha vários doces e guloseimas americanas que eu sentia falta de comer e vivia lamentando que não vendia por aqui. Não acreditei que ele se lembrou disso. Achei muito fofo o modo que lembrou desses detalhes para trazer para mim.Trouxe algumas roupas pra mim, artigos de sex shop para usarmos juntos, alguns cosméticos para mim e lembrancinhas bobas que eu adorei. Eu o abracei e o enchi de beijos, depois de agradecer pelos presentes.
Ele tirou a capa preta de dentro da mala. E imaginei que fosse o terno que usou na festa.  –Só falta um pouco de álcool pra me embebedar de terno pra você. – Nick piscou pra mim antes de guardar em seu closet. Sorri, lembrando da nossa ligação quando ele estava na festa.
Ficamos conversando mais sobre as coisas que sobre a sua volta em Los Angeles, até que ouvi seu estômago roncar.
- Esquecemos da comida! – eu disse, me tocando de que também estava com fome. Fiquei com pena do Nick quando lembrei que ele devia estar há algum tempo sem comer, já que acabou de voltar da viagem.
Descemos pra preparar alguma coisa para comer e depois voltamos para o quarto.


Demi Narrando

                Já era final da tarde, quase de noite quando separava algumas coisas na minha bolsa pra descer para o bar. Não tinha muito que fazer nesse lugar e a última coisa que quero arrumar é vínculos aqui. Pelo menos beber, mesmo que sozinha, não me mataria de tédio enquanto não estava trabalhando como uma escrava de dívida para Petrova.
                Não vejo a hora de quitar essa maldita dívida para dar o fora daqui. Essa cidadezinha, com todo o seu charme e beleza só consegue me dar nojo com todas as lembranças e momentos que ainda vivo aqui. Quero ir para um lugar bem longe que não me traga mais nenhuma lembrança do maldito Wilmer e o meu amor cego por ele, de preferência uma cidade grande, e recomeçar a minha vida do zero.
Ouvi a campainha do meu apartamento tocar. Estranhei, pois não recebo visitas aqui, graças à minha falta de vínculo com qualquer um dessa cidade e, pelo horário, certamente não é alguém do correio. Fui atender a porta e me deparo com um rosto familiar. Mateo. Eu não tenho muito contato com ele, mas eu o conhecia de vista. Era um rosto comum que perambulava pela grande mansão do Petrova frequentemente.
Puxei o ar, na esperança de puxar um pouco mais de paciência junto com ele e o soltei num suspiro de tédio. - Me diz que você só veio dizer um alô e que não é nada a ver com trabalho.
-Olá, Demetria. Obrigado por receber tão bem em sua casa. Estou muito bem, obrigado por perguntar.  - ele disse irônico, adentrando a minha sala de estar, sem se importar em esperar uma permissão minha.
-Eu vou descer agora mesmo pra beber e relaxar. Então acho bom isso ser rápido, seja lá o que você queira me dizer.
Ele se sentou no meu sofá e tirou do bolso do seu casaco um envelope. O estendeu para mim, assim que me aproximei dele. - Senhor Petrova me mandou entregar isso para você. Uma quantia extra para você pagar as contas e manter a casa.
Eu franzi a testa. -Por que ele me entregaria dinheiro para me manter, se eu que estou devendo a ele? - eu já retirava uma parcela do dinheiro que conseguia para pagar a ele pra mim. E ele sabia muito bem disso.
-Ele é um homem justo e tem maneiras inteligentes para manter seus funcionários. - ele respondeu.
-Eu não sou funcionária dele. - eu respondi, enquanto verificava rapidamente a quantidade modesta de dinheiro que tinha no envelope. Não era muito, mas me ajudaria bastante.
-Você tem potencial para ser quando... bem, quitar as suas dívidas. - ele deu de ombros e continuou a falar. - Bom, mas não é por isso que estou aqui. O chefe já deve ter te informado sobre a minha mudança de tarefas e que você vai me substituir no meu antigo cargo.
-Sim. - eu me sentei ao seu lado.
-Como ele não tem garantia cem por cento em você ainda, ele quer que você trabalhe acompanhada no começo, por mim ou por algum dos meus parceiros. 
-Eu já imaginava... 
-Você é bem inteligente, de acordo com o senhor Petrova. Ele achou que ocupar o meu lugar temporariamente seria uma boa ideia. É algo relacionado a repasse de informações e algumas outras coisas que irei explicar melhor na prática a partir de amanhã, tudo bem?
-Ok.
Ele checou o seu relógio de pulso. – Droga, já está em cima da hora. Queria mais tempo para te adiantar algumas coisas, mas tenho alguns problemas pra resolver agora. O chefe quer que estejamos prontos de noite. – imaginei que ele se referia a alguma coisa do seu novo serviço.
-Ótimo. Também tenho compromisso hoje.  –eu disse.
-Você não disse que iria descer para beber e relaxar? – perguntou desconfiado.
-Um compromisso comigo mesma. – respondi indiferente. Me levantei e caminhei até à porta para abri-la, num sutil gesto de expulsão da minha casa.
Ele balançou a cabeça negativamente antes de caminhar para fora do meu apartamento. –Até amanhã, Demetria.  Nos encontramos na mansão.
-Até. – respondi.
Voltei a atenção pra minha bolsa, me preparando para descer. Mas antes, notei que o meu notebook, que se encontrava em cima da mesinha de centro, ainda estava ligado. Me sentei no sofá rapidamente para fechar as janelas do navegador antes de desligar. Fechei a janela de uma página interessante que tinha esquecido o nome e que ainda não tinha visto tudo. Decidi verificar rapidamente no histórico para conseguir salvar a tal página nos favoritos.
Abri a parte do histórico e então, meu cérebro se iluminou instantaneamente numa ideia. Wilmer também utilizava esse notebook enquanto morávamos juntos.  Talvez, eu encontre alguma pista sobre os seus planos depois de roubar os quinze milhões de Petrova...
Pesquisei mais a fundo e achei a parte mais antiga. Páginas que ele visitava, inclusive que visitou frequentemente na ultima semana antes de me largar. Eu abri um sorriso satisfeito. Opa, acho que o bar pode me esperar outro dia. Vou descobrir onde esse desgraçado está.

               
Miley Narrando
 

Acordei ouvindo a voz Nick me chamando. Seu tom de voz era baixo, com o cuidado de me acordar suavemente. Mas ele estava me chamando insistentemente, então abri os olhos. Seus olhos escuros foram as primeiras coisas que eu vi e abri um sorriso preguiçoso pra ele.
-Bom dia. - eu disse, esperando que me dissesse o mesmo e abrisse um daqueles sorrisos encantadores. Mas ao contrário do que eu esperava seus olhos não estavam transmitindo carinho como ontem. Estavam… aflitos. E isso me causou estranheza. Abri melhor os olhos e me sentei sobre o colchão. -O que houve, Nick?

-Tem uma coisa que você precisa ver. Eu detesto chegar pra você assim, desse jeito, mas... Quanto mais cedo melhor. - ele tentou manter um tom de voz calmo, pra não me apavorar, mas dava pra notar a sua tensão.
-O que está acontecendo? - perguntei curiosa.
Ele se levantou da cama e estendeu a mão pra mim. -Vem ver isso.
Ele me guiou em direção à sala. O que não tinha a menor necessidade de me guiar até lá, mas por alguma motivo, acho que ele quer manter sua mão me segurando.
Foi então que todo o meu calor se esvaiu e coloquei a mão sobre a boca em perplexidade, ao ver o grande espelho da sala escrito "Killer" em vermelho. Pela parede que sustentava o luxuoso espelho ainda escrito em vermelho tinham nomes que eu rapidamente reconheci. Eram nomes de algumas das minhas vitimas, fatais e não fatais. Mas elas estavam ali, estampadas na parede da minha casa me assombrando e me lembrando do passado.
-Eu encontrei isso em cima da estante, aquela debaixo do espelho. - Nick, ainda hesitante, entregou o papel para mim. -Nós vamos acabar com quem estiver por trás disso, Miles. - ele disse antes de eu ler o que estava escrito.

"Sei de tudo que te assombra, Cyrus. Sei os segredos. Sei dos seus próximos passos e dos seus medos.
Com carinho,
O seu pior pesadelo"


Eu não tinha reação. Eu simplesmente não sabia mais como reagir.